Um novo estudo publicado em 2 de junho na renomada revista New England Journal of Medicine (NEJM) traz boas notícias para o tratamento do melanoma em estágio III. A pesquisa investigou a eficácia da imunoterapia neoadjuvante, aplicada antes da cirurgia, comparada com a imunoterapia adjuvante, administrada após a remoção do tumor.
Estudos anteriores, em fase 1 e 2, já indicavam que a imunoterapia neoadjuvante poderia ser mais eficaz contra o melanoma em estágio III. O novo estudo, em fase 3, buscou confirmar essa hipótese com maior rigor científico.
Participaram do estudo 423 pacientes com melanoma em estágio III, divididos aleatoriamente em dois grupos. Um grupo recebeu duas doses de imunoterapia neoadjuvante com a combinação de ipilimumab e nivolumab, seguida de cirurgia. O outro grupo realizou a cirurgia primeiro e, posteriormente, recebeu 12 doses de imunoterapia adjuvante com nivolumab.
Após um acompanhamento médio de 9,9 meses, os resultados foram animadores. A sobrevida livre de eventos (indicador de sucesso do tratamento) aos 12 meses foi de 83,7% no grupo da imunoterapia neoadjuvante, contra 57,2% no grupo adjuvante. Isso significa que o grupo que recebeu a imunoterapia antes da cirurgia teve uma chance significativamente maior de permanecer livre de progressão da doença, recorrência ou morte. Além disso, o estudo observou uma alta taxa de resposta patológica completa (eliminação total do tumor) no grupo neoadjuvante, confirmando a eficácia desse protocolo.
Apesar dos resultados promissores, é importante ressaltar que o estudo identificou uma maior incidência de efeitos colaterais graves relacionados ao tratamento no grupo da imunoterapia neoadjuvante. É fundamental que o médico avalie cuidadosamente cada caso para definir a melhor abordagem terapêutica.
Esse estudo abre caminho para a adoção da imunoterapia neoadjuvante como tratamento padrão para o melanoma em estágio III, oferecendo aos pacientes melhores chances de cura.
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